5 de fev. de 2015

“... Menininha sabe que eu te gosto pra caramba. Quem sabe ouvisse os Playmoboys...”



Não tenho apreço pelo Rock produzido no Rio de Janeiro. Perdão. É uma cena sem o entusiasmo que considero necessário para o barulho fazer barulho.
Lógico, exceções existem; e eu gosto pra caramba dos Playmoboys!
Em uma daquelas noites malucas no The Underground Pub – único lugar que frequento por respeito próprio e ao que vivi em Porto Alegre –, conheci o Conrado Muylaert e a tal primeira impressão foi excelente, pois, ao tocar “Aneurysm”, do Nirvana, me extasiei insano!
Assim, criamos contato e fui apresentado ao som dos Playmoboys (https://www.facebook.com/bandaplaymoboys/). Barulhento, com postura e honesto, do jeito que eu acredito.
A banda nasceu em Niterói e nos 10 anos de existência, lançou dois discos. A união de competentes dos músicos (Conrado Muylaert – voz e guitarra; Barreto – bateria; Leo Nominato – baixo; Thiago Correa – guitarra e Bernardo Arenari – voz, violão, sintetizadores) e uma excelente produção, resulta num Rock Alternativo que mostra fantasticamente a grande influência das décadas de 60/70 – Beatles e The Clash –, com o moderno do Nirvana, Libertines, The Strokes e The Killers.
O primeiro Cd dos Playmoboys é vendido na Internet em vários sites de conteúdo digital. Já o novo álbum, em Março, contará com distribuição física e digital.
Sortudo que sou – mentira, não sou sortudo –, ganhei do Conrado o novo disco e te digo: é muito afudê!
Como prévia ao lançamento do Cd, assista o clip da música “Baby, there’s no end, com a participação da cantora norte-americana Ivy Hoodrave, em exibição nos canais BIS, MultiShow e VH1 – e no Youtube, claro.
E ainda saliento duas faixas – ambas sobre mulheres; um tema que me é bacana: “Ilusão a dois” (“... Será que pensa em nós?/           Menininha sabe que eu te gosto pra caramba/ Quem sabe ouvisse os Playmoboys...”) e “Simples engano” (        “Gostei de você,/Não diz nada que eu quero/ Mas me faz um bem (...) Ela ri à toa/ Sempre em outro canto/ Se ela gosta, enjoa/ E quer sempre o melhor...”).
Semana passada, conversando com o Conrado sobre as dificuldades que a Cultura independente carrega, ele, consciente e digno, disse: “O Rock no Brasil não é viável. Ninguém arrisca investir em música que não seja Sertaneja ou Funk. Como diz Marcos Maynard: ‘Se nem seus ídolos (The Strokes e Libertines) ganharam dinheiro aqui, não será você que conseguirá.’”
Mesmo com esta certeza chata, a necessidade em continuar é um vício saudável.
E incurável.
Ainda bem!

Texto publicado na Coluna nadacult, jornal Folha da Manhã de 4 de Fevereiro de 2015, Folha Dois, página 3.

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