11 de abr. de 2008

o banco e a tralha

Ao descer do ônibus, Serafim quer, apenas, duas coisas: acender um cigarro e ir ao banheiro.
O primeiro desejo, facilmente, foi atendido; já o outro... Segurou seu esfíncter incomodamente. Despejou o guaraná.

II

Agora, ele se sentia aliviado. Deslizava lentamente pelo chão a fim de fumar.
Quando atravessou a rua, bonita beleza o admirou.
“Não conheço.” Pensa Serafim.
Com os pés na grama, procura um banco para acomodar-se e despejar suas tralhas.
Logo que seus ossos batem na madeira dura, a mesma de antes se aproxima.

III

– Oi. Vi-o e reconheci sua aparência; pensei em chegar.
– Não lembro de sua face. Claro, claro. Estavas de óculos!?
– Correto. Qual seu nome?
– Serafim.
– Roberta.
As palavras fluíam facilmente. Intimamente, queriam intimar para próximo aqueles corpos.

IV

Fumavam entre confidências. Até a chegada de Marcos, conhecido reacionário.
Estavam acabadas todas as possibilidades de choques de paixão.
Por quê? Me interrogo.
Ah... Serafim é tímido.

V

Alguns minutos passaram e mais pessoas uniram-se ao trio, quarteto... Roberta se calou; pensava, acho eu. Começou a juntar suas tralhas do banco.
Repentinamente, lasca um beijo em Serafim e vai cumprir suas tarefas.
Ele queria acomodar; ela, ser acomodada.

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