30 de jun. de 2015

NÃO é sobre religião


Com facilidade, sem punição e público espectador, o discurso de ódio é presente.
No Brasil, o principal propagador, Silas Malafaia, ainda se nomeia “homem de Deus”.
O tal, no segundo turno das eleições para Presidente da República de 2010, mesmo afirmando não se envolver com Política, espalhou outdoors onde expunha seu rosto e uma frase bíblica: “E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; o homem e mulher os criou.” Gênesis 1:27.
Ele temia que Dilma Rousseff autorizasse a União Civil homoafetiva.
Em relação ao Dízimo, que não contesto, pois, respeito TOTALMENTE qualquer crença do outro, Silas Malafaia vai além e inova ao criar o “Trízimo”.
Ele ensina como proceder: “Eu quero desafiar você... é você que vai fazer conforme você quiser fazer...E alguém pode dizer: ‘Pastor, eu estou morando de favor que a coisa tá feia pro meu lado e eu tô morando de favor.’ Então, eu vou te dar uma dica: você vai pegar 30% do que você ganha em um mês. ‘Mas, tô desempregado!’ Alguém te ajuda?... Você vai pegar 30%... Vai ser a tua semente...”
Me obrigo
a esclarecer
DE NOVO
que,
em MOMENTO ALGUM,
critico qualquer Religião.
A questão
aqui
é outra:
DESACEITO
O OPORTUNISMO.
ME PERDOE,
CARO LEITOR.
Ainda “sem envolvimento com a Política”, Malafaia é ferrenho lutador contra os Direitos Civis dos humanos homossexuais. “Eu amo os homossexuais, mas discordo 100% de suas práticas. Amo os homossexuais como amo os bandidos, os assassinos…”
Será que o mesmo, grande conhecedor da Bíblia, sem dúvida, esqueceu-se do que está escrito em Mateus 7:1 (“Não julgueis, para que não sejais julgados.”)?
Sim.
Claro que sim.
Na semana passada, Silas Malafaia conquistou mais espaço na mídia quando chamou, pelo Twitter, o jornalista Ricardo Boechat de “verdadeiro idiota”, após críticas ao crescente ato de intolerância religiosa que vitimou uma guria de 11 anos de idade com uma pedrada ao sair de um culto de Candomblé.
A resposta de Boechat foi: “O Malafaia, vai procurar uma rola, vai. Não me enche o saco. Você é um idiota, paspalhão, um pilantra, tomador de grana de fiel, explorador da fé alheia. E agora vai querer me processar pelo que acabei de falar que é o que você faz, você gosta muito é de palanque. Eu não vou te dar palanque porque tu é um otário, tu é um paspalhão”.
Eu,
Cristiano Pluhar,
REPUDIO
a deselegância do jornalista em seu comentário sexual.
Só.
Não deveria se rebaixar ao nível do dito religioso.
Mas, Silas Malafaia não está sozinho; o crescimento do ódio, no momento, é tão superior ao amor compartilhado com o próximo. Triste.
Na tentativa de encontrar uma explicação – que não explica! –, me respaldo nas palavras do grandessíssimo Umberto Eco: ''O drama da Internet é que ela promoveu o idiota da aldeia a portador da verdade." 


Coluna nadacult, Folha da Manhã de 24 de Junho de 2015, Folha Dois, página 3.

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