11 de jan. de 2015

Eu gosto de não pertencer

ao grupo intelectualóide,
fechado,
fabricante do óbvio,
sem público
e sem preocupação econômica.

Eu gosto da integridade
repudiadora dos elogios falsos,
fáceis
e verdadeiramente
temerosos da lida elogiada.

Eu gosto de enxergar isso
e lembrar que
durante muito tempo
a ingenuidade me escondeu esse fato
e,
mesmo assim,
permaneço ingênuo.

Eu gosto de vê-los reunidos,
discutindo sobre a inspiração
moldada pelo mercado consumidor
e plastificada com a dita beleza do amor,
do sol,
do jardim florido,
da vida
- vivem? -,
da dor
- não sentida -
e do sofrimento da existência mundana.

Eu gosto quando eles se nomeiam escritores,
poetas,
cuecas,
produtores
e incentivadores culturais.

Eu gosto quando criam indrigas
entre eles
e,
em seguida,
esquecem tudo conforme seus interesses.

Eu NÃO gosto deles.

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